Qual a importância do Jornalismo

quinta-feira, 3 de setembro de 2009 às 13:34
Por Renata Losilla

A questão acima lembra muito a pergunta mais feita na primeira semana de aula do curso. “Por que você quer ser jornalista?” Ambas com respostas semelhantes, que no primeiro semestre fica em: porque gosto de escrever, porque não passei em publicidade ou a mais famosa, porque quero mudar o mundo.

Cada vez mais e mais pessoas entram no curso de jornalismo com esse intuito, mudar o mundo. Quando os semestres vão passando essa vontade muda, conhece a realidade e vê que sua função não vai ser mudar o mundo e sim explicar para todo ele os acontecimentos e fatos da vida real. Percebe-se que se quiser mudar o mundo terá de ter seu próprio meio de comunicação.

A função do jornalista é contar histórias reais, das mais felizes até as mais tristes ou cheias de corrupção. É mostrar para a sociedade o que está acontecendo. Para alguns pode não ser importante, para outros qualquer pessoa pode escrever ou falar sobre isso. Mas no curso aprendemos o quanto temos que ser imparciais, o quanto que temos que segurar nossos sentimentos para não cair em lágrimas quando dar notícias tristes ou xingar alguém pela falcatrua.

Qualquer um pode mesmo escrever uma matéria, mas nem todos conseguem fazê-la e não demonstrar seus sentimentos. Acho que a importância do jornalismo não é comunicar ao mundo as notícias, mas sim poder fazer isso de um modo neutro e imparcial. Ou você gostaria de ver um jornalista narrando um assassinato aos prantos, ou um que goste apenas de MPB fazer uma crítica favorável ao show de axé?

A importância do curso e da profissão é essa, mostrar para o mundo a realidade, seja ela boa ou ruim, do modo mais imparcial e neutro possível.

Inovando

terça-feira, 25 de agosto de 2009 às 12:02
Quanta coisa me aconteceu nos ultimos tempos...
Saí da inércia que incomodava. Tá tão melhor que a correria que me cerca foi quase um presente divino. Me sentindo útil e responsável.

Agora que mudei tudo tenho mais ânimo pra reativar as crônicas que ensaio fazer!
Palavras de um conhecido professor e jornalista: avante!

Um sistema versátil que sobrevive às custas da miséria

segunda-feira, 1 de junho de 2009 às 18:42

O Capitalismo é o atual sistema de quase todos os países. Somente Cuba e China ainda não o tem oficialmente, embora o último mantenha relações comerciais com outros países, um dos fatores que determinam o capitalismo.

Esse é um indício do que grandes pensadores, como Karl Marx, já haviam previsto: todo sistema poliico está fadado ao caos, e, consequentemente, ao fracasso. Muitos desses pensadores acreditavam que um sistema seria substituído por outro superior até que se completasse o ciclo novamente. Mas não necessariamente deve ser substituído por outro diferente. Ele pode ser re-estruturado .

A crise mundial que estamos enfrentando não é a primeira e nem será a última, até porque é das crises que ele sobrevive, para superá-las. Não só de suas crises, mas também do lucro obtido através da exploração de pobres. Eles vendem o tempo de trabalho de um mês por um preço que não compra o que produzem em um dia.  Assim fica difícil sustentar uma família com todas as suas necessidades básicas, aquelas que o governo deveria proporcionar para todos que pagam seus impostos como  a maioria dos brasileiros. Saúde, educação, lazer. E o governo não está tão preocupado em fazer essas pessoas crescerem, em dar motivação para isso em vez de esmola.

Os liberalistas diziam que o Estado era necessário apenas para manter a ordem, que não deveria interferir em questões econômicas para o bom andamento dela. Porém o que vemos hoje é a interferência do governo em tudo o que envolve poder e dinheiro. Os políticos, a maioria deles, cultuam o individualismo sobre qualquer valor. Não são capazes de um gesto de consideração a menos que isso lhe traga votos ou mais poder. Eles são pagos para assegurar os direitos dos cidadãos que estão na constituição, e não para dar um golpe na confiança de seus eleitores.

Com isso, a família brasileira vai perdendo sua esperança em um país mais justo, vai perdendo sua identidade e passa a criar uma geração cada vez mais desconfiada e acomodada. Com pouco, ou nenhum valor ético e moral. Os jovens que deveriam lutar como aqueles que pintaram as faces pela democracia do voto direto, lavam as mãos para os absurdos que acontecem dia após dia no nosso cenário político. Esses jovens deveriam lutar por um país tão diversificado como o nosso, para que seja exemplo de igualdade, se rendem à aculturação imposta pelos “grandes peixes”. Peixes esses que se esforçam apenas para manter a hegemonia do poder. E a justiça, que em tese deve ser aplicada igualmente a todos os brasileiros, sejam eles pobres, ricos, negros, brancos, amarelos, pardos, mulatos, é burlada pela sociedade elitizada do jeitinho brasileiro.

Mas o que se espera de uma massa aculturada que prefere ver as novelas que fantasiam o real, a abrir os olhos para os abusos do dinheiro publico? Do dinheiro que damos ao governo para que ele nos assegure como manda a lei?

Algumas pessoas até mesmo tentam crescer pelos próprios méritos , mas o governo só faz dificultar essa evolução, criando leis e documentações irrelevantes, que nada tem a ver com o propósito de quem está tentando começar o negócio. Mal vai o próprio governo, pois são esses os maiores consumidores do país, os que movimentam a economia, coisa que o nosso presidente Lula tem pedido aos brasileiros. Sobrevive aquele que pode pagar pela sua liberdade econômica, que pode subornar pessoas. E todo esse dinheiro da burocracia, para onde vai? Para os bolsos e cuecas dos ladrões engravatados?

Ainda que a cada dia percamos nossas esperanças e o funil das nossas escolhas por candidatos se estreite, somos um povo que vive de esperança. Todo dia cruzamos nas ruas com exemplos da superação do brasileiro. Mas sem saber identificá-los nos sentimos cada vez mais sozinhos nessa luta.

Retrovisor

domingo, 24 de maio de 2009 às 16:03


Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário. Letras, lados, lestes. O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade, nada muda.
A criança que pediu dez centavos é um homem de idade no meu retrovisor. A menina debruçando favores toda suja é mãe de filhos que não conhece. Vendeu-os por açúcar, prendas de quermesse. A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele. E nesse tráfego acelero o que posso. Acho que não ultrapasso e quando faço, nem noto. O farol fecha... outras flores e carros surgem em meu retrovisor. Retrovisor é passado. É  de vez enquando do meu lado. Nunca é na frente. É o segundo mais tarde, próximo, seguinte. É o que passou e muitas vezes ninguém viu. Retrovisor nos mostra o que ficou, o que partiu. O que agora só ficou no pensamento. Retrovisor é mesmisse em dia de trânsito lento. Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas. Mostra as ruas que escolhi. Calçadas e avenidas. Deixa explícito que se vou pra frente coisas ficam pra trás. A gente só nunca sabe que coisas são essas...

Onde você quer estar quando a sua hora chegar?

segunda-feira, 6 de abril de 2009 às 12:07
Entrei naquela casa grande, espaçosa, com imagens religiosas, uma delas maior do que todas as outras. Era a de Santo Antônio, padroeiro do Lar dos idosos. Desci rampas em zigue-zague quando me deparei com um senhor sentado em sua cadeira de rodas, a bengala encostada no seu lado no sentido horizontal, perto de uma mesa de madeira, fumando um cigarro. Ficava ali como quem esperava algo, ou alguém. Desejou boa tarde a todos que passaram por ele e dali não se moveu.
Em frente o lugar onde estava o senhor, uma espécie de altar com mais algumas imagens. A fé era quase que palpável. As paredes e as molduras velhas continham flores desenhadas em tons leves, claros. O que para muitos era um lugar para esperar o fim, já foi um começo. Antes de se tornar um asilo, era um abrigo de crianças.
O espaço que abriga 57 pessoas no momento, tem capacidade máxima para 62 idosos, tendo quartos individuais ou de duas até quatro camas. Segundo a diretora do asilo, Edilene Maria Santos Costa, a instituição recebe pessoas de Uberaba e região, mas há mais idosos de fora do que da cidade. Lá vive uma senhora que veio de Ibiá – MG. “Vim a pé de Ibiá pra cá, mas daqui alguns dias eu volto pra lá, quero voltar pra minha casa” diz dona Avelina, carregando duas canecas de plástico em uma só mão. Era seu aniversário. Se perguntasse, estava fazendo 22 anos. Diminuiu outros 48 vividos além dos que dizia ter. Ela anda pelo pátio, pela cantina, pelos dormitórios, o quintal, entre as plantas, e todos os lugares da casa. Quando andávamos, eu e os colegas que ali estavam, cruzávamos com ela sempre. Numa das vezes me perguntou frente ao portão:
- O portão ta aberto?
- Não dona Avelina, por quê? Respondi sabendo a resposta.
- Pra eu ir embora pra Ibiá.
Segundo a diretora ela nunca saiu. Mas todos os dias acorda com a esperança de que vai para sua cidade natal. E dorme com ela também.
O asilo sobrevive de uma pequena verba municipal e federal, que juntas somam cerca de cinco mil reais. E essa verba tem o destino que a município ou o governo federal determina, e não de acordo com a necessidade. A sorte, segundo Edilene, é que eles recebem doações diariamente. Mas sempre falta alguma coisa. Geralmente fraldas geriátricas e alimento. Os cigarros – percebi mais pessoas, além do senhor na entrada fumando – ninguém doa e muitos acham um absurdo. Edilene contesta contando um episódio que acontecera com ela. O mesmo senhor que vi na entrada da cantina, o da cadeira de rodas, cobrava cigarros dela, já que, o maço que havia ganhado não dava para todo o final de semana. Edilene respondeu que ele teria que economizar. Foi quando ele retrucou:
- Por acaso a senhora sabe o que é estar sentado em uma cadeira de rodas, sem ter nada pra fazer, sem alguém pra conversar, e ainda por cima não poder fumar o meu cigarro?
- Não sei. Mas faço uma base – pensou, mas não disse a diretora. Foi quando ela percebeu que talvez fumar um cigarro, que pode trazer tantos problemas à saúde, poderia ser o único prazer que aquele senhor tinha ali.
No pátio ao lado da cantina, dormia e espreguiçava alguns gatos, três se não me engano. Como a maioria dos idosos ali, sozinhos em seu espaço. Mas os gatos tinham o que os idosos não tinham. A liberdade e independência de sair quando quisessem, subir em muros, correr atrás dos pássaros e brincar com as folhas do jardim. E mesmo sem essa liberdade, muitos daqueles idosos pareciam e se diziam felizes. Dona Elza, uma senhora que ficou o tempo todo sentada na porta da entrada de um dos dormitórios observava e sorria para todos q passassem por ela. E quem lhe dava o mínimo de atenção ela já puxava para conversa. Fui uma dessas pessoas a quem ela puxou conversa. Dona Elza vivia naquele lugar desde menina, aos 13 anos, quando era um abrigo de crianças. Seus parentes a deixaram e o abrigo a acolheu. Enquanto conversava com Elza, muitas pessoas de branco passavam por nós. Eram estudantes de especialidades médicas ou fisioterapêticas que estagiavam ali, dando assistência a qualquer um que precisasse.
O governo municipal cede apenas um médico. Os técnicos de enfermagem que não são estagiários, assim como um psicólogo e uma advogada, são pagos pela instituição. Segundo a diretora, a prefeitura cedia um fisioterapeuta e hoje não mais. A que assiste aos idosos, pelo menos três vezes por semana, faz isso voluntariamente. Saí daquele lugar, certa de que tinha acrescentado mais em mim. Senti uma espécie medo de chegar a idade que aquelas pessoas tinham e escondiam. De uma certa forma ainda estou longe da terceira idade, mas não o suficiente para deixar esse tipo de preocupação se esvair. Afinal de contas não sei o que, e quanto, a situação pode mudar.

Copo metade cheio ou metade vazio?

quinta-feira, 19 de março de 2009 às 19:52
Enquanto alguns lamentam o passar dos anos e tomam cada dia como um a menos para viver, fico feliz em saber que cada manhã acordo mais experiente do que na anterior..
Tenho orgulho do meu poder de mudança, de escolha, de enxergar hoje o que não enxergava ontem e amanhã o que não enxergo hoje. Ter três, quatro, dez, vinte ângulos para analisar de uma mesma situação e ter maturidade de entender todas ou pelomenos quantos estiverem ao meu alcançe. E consigo isso porque um dia me ensinaram a me despir dos meus preconceitos - como um jornalista de verdade deve fazer.
Me colocar no lugar das pessoas e apurar fatos e motivos de cada problemática antes de julgá-la certa ou errada.

Mentir ou omitir para si mesmo é o pior dos males. Ou pior, convencer-se da própria mentira. Feliz aquele que consegue ser honesto com seus próprios sentimentos..
No meu mundo não cabe preconceito, arrogância, descaso, prepotência, ou síndrome de vítima, mais conhecido como complexo de inferioridade.
Já dizia o poeta "só sei que nada sei" e eu completaria com um singelo "vim para aprender."



Só uma dica já conhecida de todos: cuidado com o que deseja.
Se todas as preces me forem concebidas numa delas eu pediria pra que nem todas fossem. Um dia podem se realizar num contexto diferente do que quando fora pedido. Pode não ser bom.

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